quarta-feira, 25 de março de 2015

Esquema de prostituição simulava venda de loteria no Mercado Shangri-lá

O grupo de meninas que vendia bilhetes de loteria em frente ao Mercado Shangri-lá, na zona oeste de Londrina, sumiu há meses. O desaparecimento delas ocorreu logo após o estouro, em janeiro passado, do escândalo de favorecimento à prostituição de adolescentes envolvendo o ex-assessor da Casa Civil do Paraná Marcelo Caramori e fiscais da Receita Estadual. Não se tratou de uma coincidência: além da venda de bilhetes, as meninas faziam programas sexuais e agenciavam encontros com adolescentes. Segundo um comerciante, elas foram presas.


A loteria era uma fachada para a abordagem ostensiva aos clientes, segundo os lojistas do local ouvidos pelo JL. O alvo preferencial das meninas era idosos. A suspeita é de que os programas eram negociados no próprio mercado. Se o encontro era com adolescentes, os homens as buscavam em outros locais, como em frente ao Armazém da Moda, perto do Supermercado Viscardi da Vila Casoni e até mesmo em Cambé.

As vendedoras de bilhetes de loteria do Shangri-lá, por exemplo, mantinham contato com o ex-assessor da Casa Civil do Paraná Marcelo Caramori e com o fiscal da Receita Estadual em Londrina Orlando Aranda. O grupo delas, no entanto, tinha também uma forma própria de funcionamento.

Reclamações

Entre os comerciantes do Shangri-lá, não eram poucas as queixas quanto ao comportamento das garotas. A principal era a de que a abordagem ostensiva incomodava os clientes do mercado. Segundo uma lojista, a atuação das meninas intimidava inclusive as mulheres dos consumidores que iam acompanhados. Em uma ocasião, os comerciantes chamaram a polícia, mas o problema não foi resolvido.

Nas falas das garotas que faziam “ponto” no mercado Shangri-lá aparecem informações sobre festas em mansões e chácaras, para as quais eram levadas adolescentes. Entre os endereços citados estão uma mansão na Gleba Palhano, em Londrina, e uma chácara em Bratislava, em Cambé.

Oito foram presos

Oito pessoas chegaram a ser presas acusadas de envolvimento em esquemas de prostituição de adolescentes. As investigações foram deflagradas em janeiro, quando o auditor da Receita Estadual em Londrina Luiz Antônio de Souza foi preso num motel com uma adolescente.

As investigações sobre a prostituição de adolescentes continuam. A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público apura também a evolução patrimonial de auditores e fiscais da Delegacia da Receita Estadual em Londrina. Souza, o primeiro a ser preso no caso da prostituição, tem um patrimônio estimado em R$ 30 milhões, por exemplo. A suspeita é de que os investigados teriam um esquema de cobrança de propina para diferentes fins ilícitos.



Fonte e Fotos: Jornal de Londrina

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